domingo, 15 de agosto de 2010

Filosofia da Caixa Preta - Vilém Flusser

Neste ensaio, Flusser fala sobre a relação do homem com os instrumentos que inventa e como essas invenções passam a “moldar” o jeito que este percebe o mundo.


A princípio, os instrumentos são inventados como modelos do próprio corpo humano, o que acontece posteriormente porém, é que o homem acaba esquecendo do modelo e “aliena-se”, passando então a tomar o instrumento como modelo do mundo, da sociedade e de si próprio.

A instrumentalização faz com que a sociedade fique cada vez mais alienada, o uso cada vez maior de máquinas e tecnologia faz com que o homem passe a ser “programado” e viva somente conforme as condições desses instrumentos.
Como neste blog falaremos sobre a influência da internet na vida das pessoas, também podemos analisá-la como "instrumento" que vira modelo de mundo para o homem. A partir do momento em que surgiu, está cada vez mais presente no cotidiano de todos, e cada vez mais interfere no modo como as pessoas se relacionam e vêem o mundo.
Voltando ao texto, Flusser destaca a máquina fotográfica, que com suas inúmeras possibilidades dá ao fotógrafo a ilusão de que está fazendo algo diferente enquanto na verdade, este só está operando conforme o que já está “programado” pelo instrumento.

O autor acredita então, que é necessário uma filosofia da fotografia devido a potencialidade que esta pode ter de libertar o homem dessa “prisão” proporcionada pelas máquinas.

Flusser propõe a liberdade dos fotógrafos, que devem buscar “driblar” seus instrumentos a fim de atingir um “branqueamento da caixa preta” e assim, produzirem imagens que não são pré-programadas por seus aparelhos.

A filosofia da fotografia então, seria necessária para que haja uma conscientização da práxis fotográfica, com o objetivo de conseguir a liberdade individual em um mundo programado por aparelhos.

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